terça-feira, 26 de outubro de 2010

Músicas novas: Baile, Canino e Vô Caetano

Nona, décima e décima primeira músicas novas. Desculpem pela demora, mas o tempo ultimamente tem sido escasso.

Baile by E Ai King?

Canino by E Ai King?

Vô Caetano by E Ai King?

A primeira das músicas novas é um funk pancadão com guitarras distorcidas, algo assim meio que tipo Comunidade Nin-Jitsu. A segunda é uma homenagem à minha noiva, futura esposa em menos de um mês. Se só ela entender a letra, já tá bom demais. Já a última canción é uma ode à vida de eterno quebrado que tanto conhecemos: independente de estado civil, formação acadêmica, time de coração ou orientação sexual, a gente paga contas. É isso.

Letras:

BAILE
Ela se faz de difícil, com ela é só linha dura
Pois se ela perde o juízo, os home tão na captura

O baile tá comendo, pegando, pau tá quebrando
A batida afrodisíaca pra ninguém ficar sobrando

Mexe, sacode, atola, afunda
O funk é o ópio da bunda

Veja que habilidade pra mexer de calça jeans
O decote e salto alto que servem pra outros fins
Sempre leva a tiracolo camisinha e celular
Porque sempre se encontra um otário pra bancar
Tênis, carro importado, o dinheiro pra se impor
Faz o que você quiser se chamar de meu amor
O rapaz que tá na moda leva o golpe do baú
Saiu lá de Nova York pra morar no Grajaú

O baile tá comendo, pegando, pau tá quebrando
A batida afrodisíaca pra ninguém ficar sobrando

Mexe, sacode, atola, afunda
O funk é o ópio da bunda

Mexe de leve, mexe o culote
Balança a bolsa e taca forte
Mexe de leve, mexe o culote
Balança a bolsa e taca forte
O som no estéreo
Mexe o culote e sai do sério

Nesse mundo canibal, onde a moça vira fruta
Ela fala até de pau, e não passa pinta de puta
Ela tem a bunda grande, e os peito de borracha
A geral lhe paga pau, e os mané ela esculacha
Sacanagem vem de berço, de onde mais que tu saiu?
Mas falar disso não pode, é pecado no Brasil
Uma mulher que se impõe choca geral
Mas se põe um batidão, até o Papa paga pau

O baile tá comendo, pegando, pau tá quebrando
A batida afrodisíaca pra ninguém ficar sobrando
Se papai pega mamãe, o frango assado tá assando
Porque o baile tá comendo, pegando, pau tá quebrando

Mexe, sacode, atola, afunda
O funk é o ópio da bunda


CANINO
Como é que pode um canino
Te ver e ignorar
Te empresto o estepe do carro
Antes de viajar
Te trago um livro do Rio
Só pra te provocar
Te levo pra ver o frio
Em outras línguas de lá

Como é que pode um canino
Um vira-lata, um totó, um mané
Cruzar logo o seu caminho
E ao seu lado poder dar um rolé
Nada que é bom vem de graça
O tempo passa de tijolo em tijolo
Prum vira-lata de raça

Como é que pode uma felina
Sozinha e longe de casa
Morando nesse quartinho
Também cozinha e banheiro
Pra uma rainha é um cafofo maneiro
Pra um vira-lata é mais do que ele precisa
Quando chove é banho, e se não chove é brisa
Derrubando as latas, demarcando os postes
Encontrei uma gata e sou um canino de sorte

Como é que pode um canino
Um vira-lata, um totó, um mané
Cruzar logo o seu caminho
E ao seu lado poder dar um rolé
Nada que é bom vem de graça
O tempo passa de tijolo em tijolo
Prum vira-lata de raça


VÔ CAETANO
O homem atual quebra a cuca e racha o coco
Chuta o pau da barraca, diz que só quer ver o oco
Já dizia o meu avô que de médico e de louco
Todo mundo tem um tanto, todo mundo tem um pouco
Já dizia o meu avô que de médico e de louco
Todo mundo tem um tanto, todo mundo tem um pouco
Um pouco, um pouco, um pouco

Arranjar um lugar pra morar nessa terra tão comprida
Comprar uma casa e pagar pelo resto da sua vida
Arranjar um lugar pra morar nesse mundo que Deus nos deu
Gastar o mingau num aluguel por um teto que não é seu
Comprar seu carro em quinhentas prestações
Gasolina, IPVA, mais as batidas e arranhões
Ou andar de lotação, táxi, ônibus ou metrô
E é por isso que já dizia o meu avô

O homem atual quebra a cuca e racha o coco
Chuta o pau da barraca, diz que só quer ver o oco
Já dizia o meu avô que de médico e de louco
Todo mundo tem um tanto, todo mundo tem um pouco
Já dizia o meu avô que de médico e de louco
Todo mundo tem um tanto, todo mundo tem um pouco
Um pouco, um pouco, um pouco

Considere o efeito terapêutico de xingar o juiz
Na verdade, é o seu chefe que é o filho de meretriz
Carregue no peito seu orgulho satisfeito
De poder comprar na banca uma putaria de respeito
Tome seu porre, mas não pegue no volante
Mil quilos de massa de aço amassam uma cabeça pensante
Tome seu porre, mas não pegue no volante
Mil quilos de massa de aço amassam uma cabeça pensante

O homem atual quebra a cuca e racha o coco
Chuta o pau da barraca, diz que só quer ver o oco
Já dizia o meu avô, da Pitita e da Lulu
Da Tatá, do Pepê e do Bambam
Já dizia o meu avô que de médico e de louco
Todo mundo tem um tanto, todo mundo tem um pouco
Já dizia o meu avô que de médico e de louco
Todo mundo tem um tanto, todo mundo tem um pouco


Informações técnicas: Gravado em home studio, mixado e masterizado por Rafael no Estúdio Madruga, Brasília, em setembro/outubro de 2010.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Música nova: O Homem Mais Bonito de Goianésia

Oitava música nova: O Homem Mais Bonito de Goianésia.

O Homem Mais Bonito de Goianésia by E Ai King?

Essa música é um funk rock com guitarra pesada e violão, e uma homenagem à malandragem do pegador mais efetivo do Planalto Central.

Letra:

Nega chega e me consola quando a outra me amola
A terceira nem aguenta se eu me meto em encrenca
O domingo é da quarta, a segunda é da quinta
Para um cara boa-pinta, sempre existe mesa farta

Sou um cara gente-fina, também há quem me deteste
Umas querem um cavalheiro, outras pedem um cafajeste
Consciência cristalina, reflito suas vontades
Vou jogando, vou brincando com as probabilidades

A vida é bela porque ela me dá pé
Morando em Goianésia, você sabe como é

Nascido com o rabo para a lua, isso é evidente
A garota vem feliz e sai contente
Deve ser o mel que a mãe lhe deu
Ou o arranjo dos planetas quando nasceu
Uns caras com inveja, ele só na moita
Se alguém pergunta, finge amnésia
É o homem mais bonito de Goianésia


Informações técnicas: Gravado em home studio, mixado e masterizado por Rafael no Estúdio Madruga, Brasília, em agosto de 2010.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Música nova: Sol na Lata

Sétima música nova: Sol na Lata.

Sol na Lata by E Ai King?

Essa música começou como um rock básico, com batera bem retona e guitarras pesadas. Daí eu resolvi colocar uma batera eletrônica no estilo do Asian Dub Foundation, que vai estar no próximo Som Du Bom (preview 1 e preview 2). A música fala sobre aquele momento na vida em que você SABE o que tem que fazer. Se é que ele existe hehe.

Letra:

Me sinto bem quando encontro uma razão
Pra levantar do travesseiro de manhã
Tomo um café pra enfrentar a confusão
Sol na lata, som no ouvido e pé na rua

Será que eu posso ser feliz morando num avião?

Satisfação, saber porque se está aqui
Nesse agora, deixar pra trás o que eu vivi
Não postergar cada desejo e ambição
Sol na lata, som no ouvido e pé na rua

Será que eu posso ser feliz morando num avião?

A vida não tá fácil pra ninguém aqui
Ainda compro essa cidade para mim


Informações técnicas: Gravado em home studio, mixado e masterizado por Rafael no Estúdio Madruga, Brasília, em agosto de 2010.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Som du bom, vol. 2 - B-Sides do Red Hot Chili Peppers

Eu estou lendo a biografia do Anthony Kiedis, e tô pilhadão na história do Red Hot Chili Peppers. Todo mundo já sabe que banda é essa - Give It Away, Under the Bridge etc. Mas o que nem todos sabem é a grande quantidade de lados B que eles têm. São músicas que foram lançadas somente em singles dos álbuns oficiais. Algumas foram lançadas no mundo todo, outras só no Japão. Canções que não entraram nesses álbuns, mas que a banda não conseguiu deixar de lado e simplesmente esquecer - itens de colecionador pra enlouquecer os fãs.

O Renê, amigo meu de MUITO TEMPO, garimpou na internet e juntou 19 dessas músicas num disco, que já tá riscado, furado e esquartejado de tanto tocar. Outro maluco juntou 24 dessas músicas nesse canal do Youtube, e tem muita coisa boa ali. Vou deixar vocês com algumas que eu gosto bastante.





Só pra completar: um terceiro maluco compilou um bando de versões descartadas de gravações, instrumentais não utilizados, entre outros. Esse é da época do Hillel Slovak, o falecido primeiro guitarrista:

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Música nova: Paz da Mordaça

Sexta música nova: Paz da Mordaça.

Paz da Mordaça by E Ai King?

Essa música fala sobre ser uma pessoa normal, com seus desejos comuns e necessidades universais, em meio a um grupo de pessoas que conscientemente incentiva sua loucura. Governantes, marketeiros, publicitários, jornalistas e super-artistas que não fazem arte alguma. Pessoas que vendem ilusões de grandeza, desinformação e necessidades supérfluas. Espanhóis e portugueses nos dando espelhinhos e malária.

Paz da Mordaça começou como um reggae bem roots, por causa da linha de baixo. Como eu achei que faltava alguma cosita a más, meti uma batida meio hip hop e acrescentei teclados e guitarras sem qualquer parcimônia. A segunda parte da música continuava no reggae roots, daí eu acelerei o andamento e taquei uma batida meio cumbia/reggaton/dancehall, ou sei lá o quê. As frequências graves do baixo foram obtidas diretamente do centro da terra, ou da linha interestelar de Alfa Centauri, ou da barriga da minha mãe. Um desses aí.

Letra:

É tempo de paz da mordaça, violência, cachaça, sem tempo pra sobreviver
Sem roubar, sem prejudicar quem está perto de você
Trabalho honesto, dinheiro pingado, suado, só no cartão de fiado
Batendo uma bola, assistindo à novela, levando a patroa no supermercado
Ouvindo a missa, rezando um terço, cuidando do choro que vem lá do berço
Trabalho e estudo durante a semana, domingo, sinuca, pé sujo e cana
Levando vidas normais sem delírios de grandeza

Não sobra tempo pra entender
O que se passa, o melhor caminho a seguir e acreditar no que se ouve e vê
Aonde está a trapaça, sinais de fumaça e a paz da mordaça
Imposta por homens doentes, que não sabem o que caçam, mas atiram para todos os lados
Mas atiram para todos os lados

É tempo de paz da mordaça, violência, cachaça, sem tempo pra sobreviver
Sendo roubado, levado pro lado do crime sem poder escolher
Pagando propina, votando em classes políticas descompromissadas
Ganhando presentes, perdendo direitos, nadando na lama e dando braçadas
Política é perda, direita ou esquerda
Slogans, teorias acobertam as sangrias
Pagando contas demais pra seus delírios de grandeza


Informações técnicas: Gravado em home studio, mixado e masterizado por Rafael no Estúdio Madruga, Brasília, em julho de 2010.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Música nova: Bom Senso

Quinta música nova: Bom Senso.

Bom Senso by E Ai King?

Essa música é uma espécie de "Jorge Ben e seu violão foram passar férias na Jamaica, escutaram dancehall e chaparam o coco, voltaram pro Brasil, chamaram o Trio Mocotó pra colocarem uns apitos e pandeiros e gravaram o que deu na telha". Espero que gostem.

Letra:

Não tenho que estar baseado em atos
Concretos e imediatos
Para te dizer aquilo que me dá tesão de fato
E não um simples barato
Eu tento estar atento ao sentimento
Genuíno que me segue feito sombra
Quando saio da minha lombra
Pois uma luz foi acesa novamente
Chamam de Deus, de amor, de vocação, adrenalina
Punk rock, hardcore, samba, dub, mescalina
Pôr-do-sol de fenolftaleína
Eu sou um cara gente fina fina
Que não quer mais a rotina
Eu procuro dar valor àquilo que me faz bem
Não preciso de ninguém pra definir

Mas tento atingir o bom-senso
Enquanto é tempo
Pretendo atingir o bom-senso
A qualquer momento

Mantenho-me alerta, tendo a cabeça aberta
Evitando preconceitos, torniquetes cerebrais
Pensamentos anormais e ultrapassados
Pois algumas soluções se tornaram obsoletas
Sábios que são borboletas, anjos, homens e capetas
As ideias não são mais que ferramentas

Será que eu sou capaz
De dizer que tanto faz
Será que eu terei sempre
Que me contentar com mais
Olhando para trás,
O mundo não satisfaz
As bombas explodindo,
Eu sou só mais um rapaz


Informações técnicas: Gravado em home studio, mixado e masterizado por Rafael no Estúdio Madruga, Brasília, em julho de 2010.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Música nova: Charles

Quarta canção nova e original: Charles.

Charles by E Ai King?

Essa música é da época em que eu tocava no Grajaú 434, na verdade uma das primeiras feitas com a banda. Dessa vez, eu dei uma repaginada nela toda - não é nenhum Extreme Makeover, mas eu mudei algumas partes da letra, e várias partes da base.

Segue a letra:

Ô Charles, relaxa
Quem você acha que é
Larga esse
scotch, take it easy
A vida nem sempre dá pé
Ô Charles, relaxa
Assim tu estoura uma veia
Larga esse
scotch, take it easy
Vai na boa e não se chateia

Não se ama a vida como se ama uma mulher
Você pode se cansar, mas não pode dar no pé

Filosofias baratas, verdades infundadas e garrafas de cachaça
Chutar o balde faz tão bem
Há algo de muito vivo no seu sofrimento
Ele também não quer morrer

Não pode, não pode
Um sonhador sem pé no chão se fode


(Para fazer download da música, clique no botão da seta para baixo no player.)

Informações técnicas: Gravado em home studio, mixado e masterizado por Rafael no Estúdio Madruga, Brasília, em julho de 2010.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Música nova: Me Chama de Hippie

Terceira canção nova e original: Me Chama de Hippie. Download, no botão do player com a seta pra baixo.

Me Chama de Hippie by E Ai King?

Letra de la canción:

Porque você é tão difícil
Sempre com a guarda em pé
Largue os seus artifícios
Pra gente dar um rolé

Quero dar um trago, com um bom vinho, morango e ameixas
Quero ter vários filhos, o Ziggy, a Janis, Mary Jane, Raul Seixas

A chave é a simplicidade
O meu jeito de viver
Não gosto de novidades
Com exceção de você

Quero dar um trago, levar um Bob, um Nesta e um Marley
Quero ter uma horda de dreads compridos with my only darling

Eu gosto tanto de você
Eu quero ser seu Patropi, seu pode crer
Eu gosto tanto de você, e não vou me arrepender

Me chama de hippie
Me diz que eu durmo sujo
Eu não me importo
Em estar ao seu lado


Informações técnicas: Gravado em home studio, mixado e masterizado por Rafael no Estúdio Madruga, Brasília, em junho de 2010.

sábado, 19 de junho de 2010

Os novos caminhos da música

Depois daqueles 3 posts sobre a indústria da música, resolvi falar sobre músicos novos. Se os artistas das grandes vendagens pré-Napster seguiam um modelo +/- definido de composição/gravação/execução, a tecnologia e, principalmente, a criatividade vêm revelando caminhos totalmente novos e inusitados para a música. Aparentemente, ter uma banda nos moldes "convencionais" (batera, baixo, guitarra etc.) não parece ser pré-requisito nem a base para se fazer música.

Vamos sair da teoria para os exemplos. O Pomplamoose é composto por Nataly Down e Jack Conte, que gravam todos os instrumentos e, mais importante, inventaram um tal de VideoSong, onde tudo o que é tocado é também filmado, e tudo que é filmado é realmente tocado ("não tem playback"):



O video acima é um cover de September, do Earth, Wind and Fire, mas o Pomplamoose também tem músicas próprias, bastante originais. Nessa brincadeira, eles venderam aproximadamente 100 mil músicas do iTunes em 2009, gravaram comercial e o escambau.

O próximo na fila é o Diego Stocco. Esse maluco basicamente tira som de qualquer coisa, areia,  bonsais, pianos pegando fogo, galáxias, o que você imaginar. E ainda inventa instrumentos. Nessa brincadeira, ele gravou trilhas para vários jogos e até já participou da trilha do Sherlock Holmes, composta pelo Hans Zimmer.


Diego Stocco - Bassoforte from Diego Stocco on Vimeo.

Continuando os exemplos, temos o Peeping Tom. Mais um dos muitos projetos de Mike Patton (Faith No More, Mr. Bungle), o interessante é que uma dezena de artistas (Norah Jones, Massive Attack) colaborou com ele nesse disco por email. Não posso confirmar, mas é bem possível que boa parte das pessoas que gravaram o disco nem se viram. E o disco é foda.



Colaborações a distância podem não ser inéditas, mas pense na facilidade com que vários artistas gravaram um disco com o Mike Patton sem ter que aturar ele no dia-a-dia hehehe.

Essa lista não é a mais atualizada possível, portanto não termina aqui.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Música nova: Calor do Dia

Segunda canção nova e original. Para fazer download, já sabe: clique no botão com uma seta para baixo.

Calor do Dia by E Ai King?

Na verdade, Calor do Dia não é totalmente original, mas uma livre versão (não exatamente igual) de uma música do Yellowman, Love It. Ele é um dos grandes cantores do dancehall jamaicano da década de 80, sendo referência pra uma pancada de gente. O 311, por exemplo, aproveitou o começo de uma música dele (Mr. Chin) em All Mixed Up. A melodia de outra de suas músicas, Zunguzungunguzunguzeng, foi basicamente reaproveitada em pelo menos 14 músicas diferentes, como mostra esse artigo muito interessante.

Aqui no Brasil, ele é mais conhecido por 2 menções do Planet Hemp na música Mantenha o Respeito:

Nobody move, nobody get hurt
Ninguém se move, ninguém se machucará
-----------------------------------------------------------------
Eu ouço Yellow, Buju Banton, Cutty Ranks, Shabba
Porque eles não querem me impedir de fazer fumaça


Eu sempre me amarrei em Yellowman, especialmente no melodia do refrão de Love It. Mas o resto da letra é bem toscão, portanto eu a re-adaptei para algo mais... palatável. DEPOIS DESSA EXTENSA APRESENTAÇÃO, segue a letra de Calor do Dia:

Nem com calor do dia, e o cansaço, não importa
Se não for rolar, você não passa por essa porta

Quero você, quero você
Mas só beijinhos não vão me satisfazer

Quero você, que tesão em te ver
Esquecer os problemas da vida e meter
A cabeça em coisas mais interessantes
Daqui em diante, sou eu e você
E o quarto, e a cama, a cozinha e o sofá
Em cima da mesa, ou em qualquer lugar
Se quiser tomar banho, podem até ser dois
Um antes e outro depois

Nem com calor do dia, e o cansaço, não importa
Se não for rolar, você não passa por essa porta

Quero você, quero você
Mas só beijinhos não vão me satisfazer
Quero você, quero você
Não vou ficar só no chuveiro e DVD

Um beijinho, dois beijinhos, três beijinhos
Agora pára um pouco e toma um vinho
Quatro beijinhos, cinco beijinhos, seis beijinhos
Na nuca arrepia os cabelinhos
Sete beijinhos, oito beijinhos, nove beijinhos
Eu tô ficando um pouco mais intrusivo
Dez beijinhos, cem beijinhos, mil beijinhos
Chega disso, eu trabalhei a semana inteira


Informações técnicas: Gravado em home studio, mixado e masterizado por Rafael no Estúdio Madruga, Brasília, em junho de 2010.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Som du bom, vol. 1 - LIVING COLOUR

Fazer música é muito bom, tocar é muito bom, ouvir é muito bom, mas bom também é falar de música. Todos temos bandas e artistas preferidos, e de vez em quando dá aquela vontade de "evangelizar" os outros... portanto, resolvi fazer uma série de posts chamada Som du Bom, para pregar a palavra do bom som (na minha opinião). 

Começo com o Living Colour. Eles tocaram aqui em Brasília em 14 de maio, o que acabou sendo um dos melhores shows da minha vida, sem sombra de dúvida. O show fez parte de um evento duma corrida de Fórmula 3, ou 10, ou 3000... sei lá o que era. Só sei que eu paguei 70 reais pra ver o show do Living Colour com open bar de cerveja Antartica, do lado da minha casa. Geralmente, eu tenho que viajar 1000 km pra ver um show desses (RJ ou SP).

Se fosse só isso, já tava muito bom. O som, tecnicamente falando, não era lá essas coisas, o que poderia acabar com o show - começando pelo desânimo provocado sobre a banda. P*&@$ NENHUMA. Os caras tocaram 2 horas e meia de show, tocaram todos os sucessos, as músicas novas e até raridades. E quando o show acabou, os caras (os próprios músicos) ficaram pra falar com a galera, tirar fotos, dar autógrafos e até arrumar os equipamentos.

O show foi foda, no melhor sentido. Eles não foram somente profisionais - eles tocaram com técnica, com tesão e com atenção aos fãs. Foram exemplo para Axl Roses e afins. Seguem aí duas musiquetas e a biografia da banda.



segunda-feira, 7 de junho de 2010

Música nova: Armadilhas

Alô alô, começando a série de músicas novas e originais. A primeira é Armadilhas:

Armadilhas by E Ai King?

Para fazer download, é simples: clique no botão do player que tem uma seta apontando para baixo.

Segue a letra:

Eu vou te tratar direito
Um certo jeito de enxergar que não existe defeito
Eu quero que você faça
Tudo aquilo que te satisfaça
E aquilo que for pesado
A gente deixa tudo para o lado

Te infantilizam, mas não quero uma criança
E eu vejo a mulher no jeito que você dança
Te infantilizam, mas eu sei te dar valor
Correntes e correntes travestidas de amor
Te infantilizam, mas eu vejo a mulher
Você sabe o que eu quero, eu sei o que você quer

Armadilhas, manipulações
O jogo está em cima da mesa, mas eu deixo pra depois
Armadilhas, manipulações
Se um não quer, dois não imitam tantas outras gerações


Informações técnicas: Gravado em home studio, mixado e masterizado por Rafael no Estúdio Madruga, Brasília, em junho de 2010.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Música e indústria - parte 3

Como resolver tudo isso? NÃO SE RESOLVE. Por quê? Porque isso é problema das grandes gravadoras, não meu. As gravadoras desempenhavam um papel fundamental de DISTRIBUIÇÃO do produto que eram os discos. É como se, em vários casos, o público pagasse por um panfleto sonoro que indicava a chance de um show de tal banda/artista num futuro próximo. Hoje a internet faz isso DE GRAÇA.

Além disso, querer achar uma forma de voltar a cobrar dinheiro pela música é tentar recriar um problema que foi resolvido. Imagine, por exemplo, que foi criada uma impressora de comida, e que ela só precisa de uma pasta feita de água e trigo para que QUALQUER REFEIÇÃO SEJA IMPRESSA NA SUA CASA, com gosto e tudo. Bastaria você fazer o download de receitas para ter qualquer prato fantástico a sua disposição. O que você faria???

IA PRECISAR DE UM HD NOVO SÓ PRA GUARDAR RECEITAS.

O que a indústria alimentícia faria?

ENLOUQUECERIA.

Rapidamente, cozinheiros que criassem receitas pelo mundo inteiro viriam a público falar dos males da pirataria de receitas, de como essa nova tecnologia estava acabando com seu ganha-pão. De que adiantaria? DE NADA. Para eles, o melhor a fazer seria arranjar empregos em restaurantes, onde eles fariam comida de verdade na hora. Um show.

Resumindo, eu sou um cozinheiro, e tenho várias receitas de graça para vocês. Espero que gostem.

Música e indústria - parte 2

E onde entra o dinheiro nisso tudo? Se tanta gente tem interesse em música, por que a indústria musical está nessa fossa toda? Nunca se escutou tanta música quanto em nosso tempo, nunca o acesso a bandas e sons e estilos foi tão fácil, nunca o interesse foi tão grande. Eu, por exemplo, gosto de música desde moleque, e quando gostava de alguma canção específica, tinha que esperar TOCAR NO RÁDIO pra poder gravar numa fita K7. E o refrão ainda vinha misturado com a voz do locutor e a vinheta da estação. As alternativas eram arranjar algum amigo que tivesse o CD (para eu copiar em K7), ou comprar o disco (o que muitas vezes significava ir ao Rio de Janeiro pra CONSEGUIR UM CD).

Como consumidor, os tempos são muito mais fáceis. Baixo um bando de coisa na internet, conheço bandas novas e antigas, leio todas as histórias, mitologias e causos, e vejo vídeos e fotos sem levantar a bunda da cama. Como músico, os tempos são mais fáceis e mais difíceis. Por um lado, minha música está disponível no Brasil todo, no Japão, na Islândia, no Egito etc etc etc. Isso é fantástico. O problema de distribuição do produto foi completamente resolvido. Por outro lado, brasileiros, japoneses, islandenses, egípcios e etceteirenses não estão escutando minha música. De que adianta garantir o acesso se ninguém escuta? Se ninguém ouve a árvore caindo na floresta, como podemos afirmar que ela caiu?

Esse é o papel da indústria fonográfica nos tempos atuais. É ela que garante a PUBLICIDADE em cima do produto. É ela que cria os meios para que a Maria Gadú, por exemplo, toque na novela das oito. Agora todo mundo sabe que nome é esse, mas a um ano atrás, quem saberia?

O problema da indústria é que ela vivia PRIMORDIALMENTE da venda de discos. Ela vendia discos como a Coca-Cola vende Coca-Cola, inclusive levando uma puta duma fatia do bolo (muito mais do que o próprio artista). Colocar a Maria Gadú na novela das oito garantiria uma boa safra em 2009/2010. Hoje em dia, porém, o povo baixa o disco dela ou compra na feira por 2 ou 3 reais.

Basicamente, a indústria se fudeu completamente, e junto com ela, os artistas que dependiam dela. Os figurões podiam não ganhar rios de dinheiro com os discos, mas a publicidade da indústria garantia os rios de dinheiro com os shows. Agora, esse grande meio não existe, e eles estão tendo que se reinventar. Ou seja: a internet não facilitou a vida dos músicos novos tanto quanto FUDEU COM OS ANTIGOS.

Como resolver isso tudo? Vá para a parte 3.

Música e indústria - parte 1

MÚSICA, Música, música. Bão dimais. Nunca conheci alguém que dissesse: "Não gosto de música". NUNCA. No máximo, o indivíduo não tem opinião formada sobre tal estilo ou tal artista, mas ele curte música mesmo assim. NEM QUE SEJA PRA PEGAR MULHER.

Para uns, a música é mais ainda. Uma necessidade visceral. Parte integrante do dia-a-dia, como comer e dormir. O cara acorda de manhã, liga o som e DEPOIS vai ao banheiro. A mina PÕE O SOM NO MÁXIMO ÀS SETE DA MANHÃ pra escutar música durante o banho. O casal TEM QUE TOCAR UM LOVAGE ou um PORTISHEAD durante o secso pra dar um clima, porque senão todo mundo broxa.

O gosto musical se assemelha a vontades de mulher grávida. Você acorda de manhã e TEM que escutar uma música específica, ou vê um filme e lembra daquele disco que não escuta a tanto tempo, mas que TEM que escutar. Do tipo "Putz, cadê o Tábua de Esmeraldas que eu não acho??!!". Ou então "Se eu não escutar Tim Maia Racional agora, meu filho vai nascer com cara de Tim Maia Racional!!"

De qualquer maneira, a música é importante para a sociedade como um todo. Em casa, no carro e no trabalho, ela é uma grande forma de expressão pessoal. Um playlist diz muito sobre uma pessoa, o momento que ela passa e sua personalidade como um todo. Em festas particulares, a música serve tanto para o ambiente (música ambiente = lubrificante sonoro) quanto para fazer a festa acontecer. Em festas pagas, bares e shows, ela é geralmente alta, ensurdecedora, não só para chamar clientes como também para simplificar e até reduzir a qualidade da conversa entre o público. Em estádios, quadras e entre torcidas em geral, ela serve de hino, uma representação daquela coletividade.

E onde entra o dinheiro nisso tudo? Vá para a parte 2.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Origem do nome

E Ai King? pode ser um nome complicado pra banda, por causa da maldita interrogação. Eu particularmente não me importo, e espero que vocês também não. O nome poderia ser livremente traduzido para o baianês como E Aí Meu Rei?, mas não é daí a idéia inicial.

Eu ouvi essa história tem uns anos, que ficou gravada no fundo da cuca. Em 1958, a seleção brasileira sagrou-se campeã na Suécia, metendo um puta dum 5 a 2 nos donos da casa em plena final. Olha o que um garoto de 17 anos fez nesse dia:



Filho da mãe. O cara é chato, mas era FODA. E não só ele: o técnico da Suécia, George Raynor, disse que 'o time brasileiro é tão bom que eu tenho medo de torcer por ele'. Hehe.

De qualquer maneira, foram os terceiro-mundistas receber, em plena Europa super-desenvolvida, a taça de campeões do mundo pela primeira vez, das mãos do próprio rei Gustavo. Vira-se então o médico da seleção para a sumidade:

"E aí king, tudo bem?"

Isso é que é brasileiro. Não se intimida na hora do vamuvê, e ainda tira onda com a cara da otoridade. Ou melhor: pode não ter todos os recursos, mas tem o talento. E isso pode fazer a diferença.

I just wanna funk your love tonight

Vou começar postando um mashup que eu fiz recentemente. Basicamente, eu percebi que o Rap das Armas, dos MCs Cidinho e Doca, era muito familiar. Advogados mais maliciosos e mal-intencionados diriam que se trata de plágio, mas quem sou eu pra definir onde começa um plágio e acaba a influência. Eu não fui o primeiro a apontar a semelhança (com certeza), mas não custa nada me divertir um pouco fazendo um funk ao estilo do João Brasil.

Daí em diante, fui procurando outras referências dos anos 80, e aproveitei outras músicas grudentas, tais como esse sucesso estrondoso do Information Society (que eu me amarrava) e esse sucesso estrondoso do Bon Jovi (que eu nunca curti). O funk realmente se encaixa em quase tudo que você imaginar. O João Brasil colocou até Beatles e Roberto Carlos, que dirá um mero Bon Jovi.

Para fazer o download da música, clique aqui. Enjoy:



Pra quem não conhece, também tem no Soundcloud, que te permite não só fazer download, como comentar pontos específicos da música:

I just wanna funk your love tonight by E Ai King?